A Imperatriz Abandonada (Novel) - Capítulo 358
Senti as lágrimas que mal segurei brotarem novamente, mas alisei a mesa, lutando contra minhas lágrimas. Na mesa, que foi limpa para o novo chefe da família, havia apenas várias coisas e um envelope prateado que meu pai deixou para trás.
Um grampo de cabelo que parecia ser de uma mulher, o broche de faca que meu pai sempre usava e um par de alças de prata que eu presenteei a ele em um dia de inverno quando eu tinha dezesseis anos.
Enquanto olhava para eles com olhos trêmulos por um tempo, eu lentamente estendi a mão e peguei o envelope prateado. Em seguida, abri-o com cuidado para não danificar o conteúdo.
Não consegui ler claramente a última frase porque meus olhos estavam embaçados de lágrimas, mas enxuguei as lágrimas, cerrando os dentes. Eu não podia chorar porque sabia do pedido do meu pai para que eu não ficasse triste.
‘Sim, eu não vou chorar, papai.’
No momento em que ia dobrar a carta, murmurando para mim mesma, reparei nas palavras da última frase, que há pouco não li direito: um lugar secreto, o orgulho da lança.
Quando olhei para as palavras, de repente me lembrei das memórias do passado que havia esquecido, então me levantei e apontei para um ponto atrás da tapeçaria.
Naquele momento, ouvi o som de algo entrelaçado, e dezenas de padrões de caracteres, junto com vários sulcos côncavos, apareceram em minha mente.
Envergonhado pela localização da sala secreta da família Monique, ele perguntou com uma voz surpresa: “Tia? O que é isto?”
“Eu tenho algo para verificar. Você gostaria de ir comigo, Rube?”
“… Estaria tudo bem?”
“Sim. Como eu lhe disse há muito tempo, a família Monique compartilha um destino com a família imperial.”
“Se sim, vamos juntos.”
Depois que ele assentiu levemente e virou a cabeça, decifrei os enigmas que ouvi de meu pai no dia em que me tornei a sucessora da família Monique.
Clack
A porta foi aberta.
“O que é tudo isso?” Rube, que permaneceu em silêncio desde que entrou no lugar secreto, perguntou.
Olhei para ele enquanto vasculhava coisas preciosas e livros empilhados. No local que ele apontou havia uma caixa de tesouro simples e elegante gravada com quatro lanças, ou seja, o mais antigo brasão da minha família.
“Ah, isso é o que eu estava procurando, Rube. Obrigada.”
Peguei a caixa dele e examinei suas juntas de perto. Assim como eu vi pela primeira vez quando meu pai me mostrou aqui pela primeira vez, a caixa tinha uma série de engrenagens com várias letras nas juntas em vez de um cadeado.
Quando olhei para a caixa que poderia ser aberta apenas com a decifração correta, senti que era muito importante. Esta era a única caixa que eu não conhecia aqui, e quando perguntei ao meu pai o que continha, ele não respondeu, dizendo que eu poderia saber quando chegasse a hora certa.
Enquanto olhava para a caixa que não era muito grande, eu cuidadosamente girei as engrenagens para acertar as palavras.
No momento em que entendi a última palavra, a tampa foi aberta com um som de clique. Inclinei a cabeça, olhando para o objeto sobre o veludo azul marinho.
“O que é isto?”
Dentro da caixa havia um pequeno bastão feito de rubi. Do tamanho da minha mão, havia muitas letras pequenas gravadas nela. Com uma borla azul amarrada em uma extremidade, era lindo.
Quando lentamente estendi a mão e levantei a haste, um pedaço de pergaminho, que parecia ser muito velho, caiu no chão. Mas em vez de pegá-lo, olhei para o meu lado por que de repente ele gemeu enquanto estava ao meu lado em silêncio.
“Rube, qual é o problema com você?”
Quando lhe perguntei com um olhar perplexo, ele disse com sentimentos contraditórios, olhando para o que eu tinha na mão: “… Era o que você estava procurando?”
“Bem, sim.”
“Por quê? O que você precisa com isso…”
“Ugh? Você sabe o que é isso?”
Quando lhe perguntei o que o fazia fazer uma expressão tão envergonhada, ele me olhou com atenção e disse com um humor mais relaxado: “Ah, parece que você ainda não sabe. É por isso que você me perguntou o que era há pouco tempo.”
“Não. O que é isto?”
“Bem, posso explicar, mas acho que é melhor você ler você mesma. Agora, leia-o.”
Ele se inclinou e pegou um pedaço de pergaminho e me entregou.
Depois de agradecer a ele com surpresa, abri o pergaminho.
<Eu, Abraxas Sol Shana Castina, o nono imperador do glorioso Império Castina, concedo à família Monique o direito à imunidade única de qualquer crime que cometerem, e declaro que foi um pacto jurado pelo sangue imperial. 197 pelo poder imperial. Abraxas Sol Shana Castina.>
Minha mão que segurava o pergaminho tremia. Meus olhos, que estavam abertos o máximo possível, estavam fixos na única expressão do pergaminho.
O direito à imunidade única de qualquer crime.
“Ha…” Eu gemi inconscientemente.
Imunidade? Nossa família pode exercer esse direito de imunidade mesmo em caso de traição? É verdade que nossa família manteve esse direito nos últimos oitocentos anos?
Só então percebi o verdadeiro significado do testamento de meu pai e porque o imperador que descobriu isso se sentiu tão desconfortável.
Meu pai disse que isso abriria o caminho para mim quando eu ficasse presa em um pântano do qual dificilmente conseguiria escapar. Se sim, meu pai me deu esse direito de imunidade, além do broche de faca que meus ancestrais guardaram em segredo por muito tempo? Ele fez isso apenas no caso de eu voltar para a família como sua sucessora?
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Luko
Obrigada pela leitura. ^-^