Beatrice (Novel) - Capítulo 13
Este não foi o único trabalho que Jorge lhe deu.
“Lady Anna, a água não está muito quente?”
“Não, é quente e agradável.”
À noite, Chloe começou a cuidar de Anna, a irmã mais nova de Evan. O bebê da família Cupiheat, ela era mais de 20 anos mais jovem que Evan. Ela sofria de autismo e insônia desde a infância. Até Aaron, o mordomo da Mansão Graham, visitava a família diariamente para cuidar dela – essa era a extensão do afeto de todos por ela.
‘Pobre garota, que sofria de insônia em uma idade tão jovem.’
Chloe limpava o depósito de remédios de dia e à noite ficava com Anna até ela adormecer. Embora cuidar de Anna fosse responsabilidade de outras enfermeiras, todos realmente odiavam a tarefa, pois a insônia era incurável e tudo o que podiam fazer era assistir Anna sofrer.
‘Ouvi dizer que os Cupiheats são uma das melhores famílias da capital.’
Era por isso que os cuidados de Anna eram anteriormente atribuídos apenas a enfermeiras seniores. No entanto, visto que, como escrava, Chloe não tinha permissão de falar sobre a condição de Anna a ninguém.
Os falecidos pais de Anna, apesar de seu terno amor por ela e de seus vários esforços, não conseguiram curar a insônia de Anna e quase desistiram.
Mesmo que Anna desconfiasse de Chloe no início, ela gradualmente se abriu depois de ver seus esforços diários sinceros.
Já fazia uma semana desde que Chloe começou a cuidar de Anna. Elas tiveram muitas conversas e, por meio delas, ela soube que o autismo e a insônia de Anna eram doenças congênitas.
Considerando a pouca idade de Anna, Chloe percebeu que a aromaterapia leve pode ser útil. Na verdade, foi uma das maneiras que ela enfrentou seu casamento horrível com Gilbert.
Ela decidiu extrair óleos essenciais de plantas sozinha. Mulheres nobres costumavam se banhar com pétalas de flores ou óleo perfumado, mas como seu objetivo era permear o corpo das mulheres com fragrância, todos esses óleos tinham odores excessivamente poderosos que davam dor de cabeça. Por outro lado, os óleos perfumados de Chloe eram muito sutis e proporcionavam uma sensação de refrescância à cabeça.
Anna pediu para tomar banho com esses óleos por horas todos os dias. Ela sentia suas dores de cabeça diminuírem mais e mais a cada dia e começou a adormecer mais rápido. Ela saboreou o perfume calmante cujos cheiros suaves ela podia continuar a detectar depois de seus banhos, quando ela se deitou em sua cama macia.
“… Então hoje eu fui… cavalgar e… mmm…”
Chloe achou pacífico assistir Anna caindo no sono. Claro, considerando o status de Lorde Evan Cupiheat como um duque, frequentar sua mansão ia contra o desejo dela de viver uma vida discreta e tranquila como uma escrava. Mesmo assim, conhecer Anna e observar sua recuperação a encheu de orgulho e satisfação.
* * * * *
Passaram-se quase 2 meses desde que Chloe começou a cuidar de Anna. Chloe pensava em Anna como sua própria irmã e ajudou na recuperação de Anna de todo o coração. Para Chloe, a relação era mais do que uma senhora e sua escrava. Esse foi o caso para Anna também.
“Os homens também se banham com óleo perfumado?”
Anna explicou a seu segundo irmão mais velho, Aaron – que estava se sentindo bastante estressado ultimamente – sobre os banhos aromaterapêuticos. Aaron, cegamente arrastado até lá por Anna, não conseguia confiar no trabalho de – nem mesmo de uma enfermeira, mas de uma escrava. Então Chloe, descrevendo banhos perfumados e velas perfumadas como tipos de tratamento psicológico, explicou que eles eram frequentemente realizados por todos no país estrangeiro onde sua mãe morava.
“Sim senhor. Mas estes não são os óleos com aroma de flores que normalmente usamos no império.”
“Então, que tipo são eles?” Aaron ainda não conseguia superar suas suspeitas. E se os óleos dela fossem viciantes, ou do tipo usado em anestesia ou hipnose?*
“Eu realmente não posso confiar nessa besteira de aromaterapia.”
“Oh irmão, por favor, tente! Realmente faz sua ansiedade desaparecer e ajuda você a se sentir em paz. Isso tira todo o seu estresse.”
Aaron, que estava olhando para as mulheres com desaprovação, balançou as sobrancelhas para a parte ‘isso tira todo o seu estresse’. Ele vinha lidando com um estresse esmagador, graças à questão do casamento de seu mestre e à enorme pressão de Duncan Graham com relação ao assunto.
‘Sinto como se estivesse sendo estrangulado’, pensou ele. Duncan continuou tentando casar o arquiduque com a filha de um aristocrata, e Alexandro continuou colocando Aaron em situações difíceis. Preso no meio, Aaron estava em uma situação indefesa. Seus ombros estavam pesados e sua cabeça latejava ao pensar na necessidade de o arquiduque se casar.
‘Essa Lady Clara Bandorras também parece um problema.’
Embora fosse um mordomo competente que nunca reclamava, Aaron estava passando por momentos difíceis, tanto que achava doloroso se apresentar ao trabalho todos os dias. Naquela manhã, ele até enviou uma mensagem ao arquiduque explicando que ele não poderia trabalhar naquele dia, usando Anna como desculpa.
Sabendo que Aaron nunca havia perdido um dia de trabalho antes, o arquiduque não fez alarde. Mesmo que ter que cuidar de Anna não fosse um bom motivo para faltar ao trabalho, Aaron precisava desesperadamente de um dia de folga, mesmo que fosse ganho sob falsos pretextos.
Aaron achou a afirmação sobre o alívio total do estresse simplesmente bizarra. Ele se ressentia da tortuosa escrava por ter enfeitiçado sua irmã como uma charlatã faria. Mas ele também estava curioso.
“Tem certeza de que não é perigoso?”
* * * * *
O arquiduque estava, pela primeira vez em muito tempo, cavalgando com seus velhos camaradas de armas. Seu belo garanhão preto, que ele mesmo criou, era um cavalo excepcionalmente maravilhoso. Sentindo o humor de seu mestre, o amado cavalo galopou ferozmente através do vento.
Montanhas acidentadas não conseguiram detê-los. O primeiro de seu grupo a chegar ao destino, Alexandro prendeu a respiração, inalando o ar puro da montanha.
Seu pai, Duncan Graham, havia visitado a mansão no dia anterior.
Embora a mansão Graham tecnicamente pertencesse a Duncan, uma vez que ele se mudou completamente para o palácio, a casa estava efetivamente sob a autoridade de Alexandro. Duncan raramente o visitava.
‘Papai acha que o palácio é sua casa.’
Portanto, deve ter havido um motivo oculto para a visita de Duncan. Alexandro tinha certeza.
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*Melissa: Paranoico? Talvez muito…
Tradução: Melissa
Revisão: Cele
Obrigada pela leitura. ^-^