Beatrice (Novel) - Capítulo 19
Eu não devo ser notada. Roubando um rápido olhar, ela viu que ele estava olhando para Howl com os braços cruzados. Apesar do que o guarda tinha a dizer, o homem parecia totalmente desinteressado em Chloe.
Embora vestido com uma roupa simples de marrom e preto, o arquiduque parecia glamoroso e fino. Ela pensou que era graças ao seu lindo rosto. Ele era um homem tão bonito… Ele ficaria esplêndido em qualquer roupa.*
Nada em sua aparência era feio. Seu rosto estava em grande harmonia com seu corpo enorme.
Enquanto ela esquecia sua situação por um momento e apreciava a beleza do arquiduque, Chloe foi empurrada de volta à realidade pela voz do guarda. “Confesse seus planos imediatamente, escrava.” Ele se aproximou dela e a olhou de forma intimidante.
“Eu… queria curar o cavalo alimentando-o com um antídoto.”
Alexandro distraidamente voltou seu olhar para Chloe, parecendo completamente livre de emoções. Quando ela brevemente encontrou seu olhar, ela não conseguiu ler nenhum pensamento dele. Parecia que ele estava olhando para um objeto, como um chão ou uma chama. Ela rapidamente baixou os olhos.
O guarda zombou. “Curar o cavalo? O que uma escrava como você sabe sobre cavalos?”
“Eu…” Chloe hesitou. Ele não se lembra de mim. Embora ela não tivesse certeza se era seguro para ela mencionar Jorge neste ponto, parecia que eles iriam cortar sua garganta imediatamente se ela não conseguisse se defender. Ela sabia que tipo de homem era o arquiduque – lembrava-se vividamente de quem ele matou e como os matou. Ela engoliu em seco e respondeu.
“Estou a estudando medicina com o Dr. Jorge Nanapa. Soube que este cavalo pastou uma erva venenosa em Nalusuwan e só estou tentando tratá-lo alimentando-o com o antídoto.”
O guarda a menosprezou assim que ela terminou, “Ha! Estudando medicina? Sua pequena maluca…”
Nesse momento, o arquiduque finalmente falou.
“Você.”
Seu rosto ainda estava inexpressivo, mas seu olhar estava precisamente fixo nela. Seu lindo rosto era ferozmente memorável. Chloe distraidamente olhou nos olhos dele, mas rapidamente baixou o rosto quando o olhar dele encontrou o dela. Ela não queria fazer contato visual com ele, ou atrair sua atenção de qualquer forma.
“Você pode curá-lo?” Ele perguntou em voz baixa e perigosa.
“… Sim, senhor, eu posso, de acordo com meu conhecimento”, sua cabeça ainda baixa, ela respondeu com uma voz suave, mas articulada. Incapaz de ver seu rosto, ela não poderia saber o que ele achou de sua resposta. Ele ficou em silêncio.
“Esta moça parece estar fora de si, senhor! Eu só posso…” O guarda, agitado, soltou uma gargalhada traiçoeira. No entanto, ele recebeu uma resposta inesperada.
“Se o cavalo morrer, você também estará morta”, disse o arquiduque a Chloe, interrompendo os comentários do guarda. Chloe se sentiu atingida por um raio. Enquanto ela finalmente teve a chance de tratar o animal, se ela falhasse, ela morreria com ele.
O arquiduque falou de sua morte com a leveza de quem fala sobre o tempo. Mas Chloe entendeu imediatamente – sua existência não era, para ele, diferente da de um objeto. Ela se lembrou de sua voz, ordenando aos cavaleiros que a matassem e exibissem sua cabeça no portão do palácio.
Para ele, o cavalo é muito mais precioso do que eu.
“Vou fazer o meu melhor.” Afinal, ela ganhou a chance de tratar o garanhão. E agora que as coisas chegaram a esse ponto, ela tinha que se salvar salvando a vida dele.
“Solte-a.”
O guarda desamarrou a baia de Chloe e a destrancou ao comando do arquiduque. Ele a deixou entrar no recinto de Howl.
Ela se aproximou de Howl, mantendo a cabeça baixa. Ela recolheu as folhas espalhadas pelo chão e ofereceu-as ao animal. Ele não reagiu – além de ofegar e balançar as pernas com a empolgação de ver o arquiduque, ele não parecia interessado nas ervas.
O que devo fazer… Surpresa, ela acariciou suavemente a cabeça do cavalo para acalmá-lo e esmagou as folhas com as mãos para espremer o suco, que levou ao nariz do animal. Ela esperava que o aroma fresco da erva o atraísse.
“Ah!” Assustada com a respiração difícil de Howl em sua mão, ela reflexivamente retirou a mão. Mas um momento depois, reunindo coragem, ela ofereceu as folhas amassadas para ele mais uma vez.
A luta do animal diminuiu gradualmente. Seus olhos agora dirigidos para Chloe, ele começou a dilatar suas narinas, cheirando a oferta em cheiradas curtas como se estivesse avaliando. O cheiro finalmente tentou o cavalo preto. Chloe, torcendo por dentro, o levou cuidadosamente à boca.
“Oh!” Com os dentes arranhando os dedos dela, Howl começou a comer as ervas.
Ela nunca havia interagido com um cavalo dessa maneira. Embora já tivesse montado e acariciado cavalos antes, ela ficou impressionada com seu primeiro encontro próximo. Ela pegou mais folhas do chão e deu para Howl. Ele continuou a recebê-las com entusiasmo.
Alexandro não gostou da cena que se desenrolava à sua frente. A escrava tremia visivelmente, e seu manejo do cavalo era desajeitado, na melhor das hipóteses.
Mas se ela pudesse salvar Howl. O arquiduque era uma pessoa razoável. O animal estava morrendo e a escrava alegou poder salvá-lo. E se Howl realmente tinha sido envenenado, isso o tornaria inocente de seu crime, o que significava que ele poderia ser poupado.
E poupar Howl era tudo o que ele queria.
Assim, o arquiduque continuou observando o trabalho da escrava. Mas, de repente, ela se levantou do chão e começou a fazer algo totalmente inesperado.
_________________________________________________________
*Melissa: to apavorada, mas ele é muito gato… Chloe e sua lógica…
Tradução: Melissa
Revisão: Cele
Obrigada pela leitura. ^-^