Lucia (Novel) - Extra 5.4
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Onde o sonho e a realidade se encontram – Parte (IV)
Ela parecia ter tido um sonho estranho. Lucia apertou os olhos e tentou ao máximo se lembrar do sonho, mas não conseguia se lembrar de nada. Ela sentiu como se fosse um sonho muito agradável. Ela demorou um pouco, sentindo-se para baixo, então ela se levantou. Assim que ela deixou seu cobertor, que foi aquecido pela temperatura de seu corpo, o ar frio do quarto cobriu todo o seu corpo.
Ela colocou os pés ao lado da cama e a sensação do piso frio de madeira nas solas dos pés a fez estremecer. Ela usou os pés para tatear em busca de suas pantufas e as calçou. O interior das pantufas também estava frio, mas era feito de lã macia, então rapidamente esquentou.
Ela mergulhou a mão na água que havia deixado de fora ontem à noite com antecedência. O frio dela fez arrepios subirem até o topo de sua cabeça. ‘Ueeee’, ela gemeu bizarramente e rapidamente terminou de se lavar com água fria.
Lucia olhou para sua imagem borrada no espelho. Espelhos transparentes eram itens muito caros, então, infelizmente, o espelho que ela tinha estava manchado de preto.
Esse tipo de espelho também tinha suas vantagens. Como não apresentava manchas ou rugas, tinha o efeito de tornar a imagem refletida bonita. Não havia ninguém para quem se mostrar de qualquer maneira, então bastou apenas verificar se não havia nada em seu rosto, era o que ela pensava, mas hoje em dia, o espelho embaçado a irritava.
Fixando um olhar no espelho, ela aproximou o rosto dele. E com isso, ela podia ver uma pequena ruga que não era muito perceptível.
‘Minha vida passou sem que eu percebesse. Eu já estou tão velha…’
Ela já tinha ficado mais velha do que a idade que sua mãe tinha quando ela faleceu. À medida que crescia, ela percebeu que sua mãe era realmente muito jovem quando deu à luz. Ela não podia deixar de se perguntar quantas noites sua mãe chorou secretamente sozinha enquanto criava uma filha em uma idade tão jovem. Ela sentiu pena de sua mãe por não viver uma vida boa, apesar de seus esforços.
“Não é hora para isso.”
Depois de ficar sentada distraidamente por um tempo, ela de repente se levantou e se vestiu. Ao sair de seu quarto, ela encontrou a porta do quarto oposto aberta. Ela costumava usar este quarto para guardar coisas diversas, mas agora, havia um hóspede hospedado lá por um tempo.
Lucia se aproximou silenciosamente e olhou para dentro da sala. Como esperado, estava vazio. O hóspede era madrugador, por isso sempre acordava mais cedo do que Lucia, então deixava a porta aberta como que para indicar que já estava acordado.
‘Não pensei que ele fosse ficar aqui tanto tempo.’
Ela foi tomada por uma sensação estranha. De uma forma ou de outra, ela estava morando com esse convidado que apareceu de repente por pouco mais de um mês.
‘É incrível como não se sente desconfortável.’
Mesmo que um estranho tivesse se intrometido no espaço onde ela vivia sozinha por muitos anos, não parecia estranho, como se ela vivesse com alguém por muito tempo.
O homem provavelmente nem podia imaginar. Que a caipira que vivia nesta pequena área rural conhecia sua identidade. Lucia tinha ouvido uma batida em sua porta ao pôr do sol e quando ela abriu a porta, ela não podia nem começar a descrever o quão surpresa ela estava ao ver o homem parado na frente dela. Quando ele perguntou se poderia alugar uma cama para passar a noite, ela rapidamente acenou com a cabeça como uma tola.
‘Nem sonhe com isso. Ele partirá em breve.’
Lucia repreendeu a si mesma. Ele era alguém fora de seu alcance.
‘Quando ele for embora, esquecerá rapidamente uma velha camponêsa como eu.’
Ele nem se lembrará dela como uma mulher que viu no passado. Mesmo sabendo disso, ela estava ciente das mudanças em si mesma, pois nesses dias ela continuava se olhando no espelho. A brisa suave que soprava em seu coração a deixava excitada.
Lucia foi para a cozinha preparar o café da manhã. Ela cortou os ingredientes e acendeu o fogo. Ela habitualmente estendia a mão para pegar água do jarro de água que estava cheio até a borda, mas então ela parou. O jarro de água que estava meio cheio pelo uso de ontem estava agora cheio até a borda, como sempre.
Mesmo que ela nunca tivesse pedido, ele enchia a jarra com água, todas as manhãs sem falta. E nas horas vagas, cortava lenha. Seu depósito estava cheio de tanta lenha que ela sentiu que poderia durar todo o inverno.
Lucia riu de repente. Ela não sabia por que um personagem tão precioso era tão rigoroso em fazer esse tipo de tarefa desagradável.
Quando a sopa começou a ferver, ela saiu para procurá-lo. Ela verificou o quarto dele primeiro, já que ele poderia ter voltado enquanto ela cozinhava, mas estava vazio. Em seguida, ela verificou o quintal onde a lenha costumava ser cortada. Mas não havia sinal dele lá também. Ela andou pela casa várias vezes, mas ele não estava em lugar algum.
‘Ele se foi? Sem sequer dizer adeus?’
Seu coração parecia um pouco vazio. Ela foi para o quintal novamente e ficou de pé, olhando vagamente para a pilha de madeira que ainda estava para se tornar lenha.
“O que você está fazendo?”
Lucia se virou surpresa.
Lá estava ele, olhando para Lucia com uma expressão particularmente indiferente. Em sua mão estavam alguns coelhos se contorcendo amarrados por uma trepadeira.
‘Certo… caçando.’
Ele costumava caçar de manhã. O rosto de Lucia ficou quente. Ela se sentiu tão envergonhada de si mesma porque havia se esquecido completamente disso e ficou toda triste.
“Ah… o café da manhã está pronto.”
“Acho que estou atrasado.”
“Bem… por favor, entre e coma.”
Lucia acenou para ele em saudação e correu para a casa. Ela não podia olhar para trás porque, por algum motivo, ela sentiu o olhar dele em suas costas.
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Tradução: Sa-chan
Revisão: Roger
Obrigada pela leitura. ^-^