Retorno da Cavaleira (Novel) - Capítulo 251

“Em breve teremos uma coroação para passar formalmente o trono ao príncipe herdeiro Carlisle.”

Isso fez de Carlisle o vencedor final. Muitos dos nobres que seguiram Ophelia empalideceram, mas não encontraram nenhuma razão para se opor às ordens de Sullivan.

“Sua Majestade! Redfield é seu filho! Isso é demais.”

Embora Ophelia levantasse a voz em objeção, Sullivan respondeu com voz firme, já tendo se decidido.

“Escoltem a Imperatriz até o palácio para que ela descanse.”

“Sim sua Majestade.”

Vários cavaleiros marcharam em direção a Ophelia e ficaram ao seu redor. Eles não colocaram as mãos sobre ela, mas o fariam se ela não obedecesse de bom grado.

“Por favor, reconsidere, Sua Majestade.”

Ophelia cerrou os dentes com ressentimento, mas se levantou e deu um passo adiante, sabendo que resistir era um esforço inútil. Cesare a seguiu com cara de desprezo. Vendo que seria deixado sozinho, Redfield gritou com uma expressão assustada.

“M-Mãe!”

Ophelia e Cesare, no entanto, não olharam para trás e finalmente desapareceram de vista. Sullivan voltou os olhos para seu segundo filho.

“Coff, coff. O Segundo Príncipe ficará sob custódia até que haja um julgamento formal. Vamos deliberar mais sobre o que fazer então.”

“Pai, me desculpe, eu fiz algo errado. Por favor, perdoe-me só desta vez…!”

Redfield tentou correr em direção a Sullivan, mas uma barreira de cavaleiros o capturou e o conteve. Ele foi arrastado para fora da sala de conferências, implorando e gritando por misericórdia.

Um silêncio mortal caiu sobre a sala enquanto a família Anita desmoronava diante da vista de todos. Sullivan olhou para os nobres com seus olhos fundos e se dirigiu a eles novamente.

“Existe mais alguma coisa para discutir enquanto estamos aqui reunidos para homenagear a fundação dessa nação?”

“…”

Era impossível alguém falar depois do que acabara de acontecer. Quando a sala permaneceu em silêncio, Sullivan levantou-se de seu trono com um suspiro pesado.

“Então vamos encerrar a reunião memorial nacional deste ano.”

“S-sim, Vossa Majestade! Glória eterna ao Império Ruford!”

O salão ecoou com as vozes altas dos nobres, então Sullivan saiu pela saída com passos contidos, mas dignos. De pé em um lado do corredor estava Carlisle, e Sullivan virou-se para ele e sussurrou para ele com uma voz suave.

“Bom trabalho.”

Sullivan não sabia de tudo o que Carlisle estava planejando. No entanto, quando os nobres exigiram a libertação de Redfield, Carlisle foi discretamente a Sullivan e pediu algum tempo para falar na assembléia. Sullivan suspeitou que Carlisle havia preparado algo, mas teve um desempenho muito melhor do que esperava.

No entanto, o resultado não foi totalmente favorável. Assim como Ophelia havia dito, Redfield ainda era seu filho.

Sullivan tentou passar por Carlisle, mas parou de repente.

“Carlisle.”

“Sim, pai.”

“Coff, coff. Não odeie muito Redfield… ele é seu irmão.”

Os frios olhos azuis de Carlisle se voltaram para seu pai.

“… É por isso que ele ainda tem sua vida.”

Redfield e Carlisle eram apenas meio-irmãos de sangue, mas ainda era o mesmo sangue. O próprio Sullivan tentou evitar matar seu próprio irmão tanto quanto possível. Carlisle estava ciente desse fato, e então se conteve em homenagem a seu pai. Ele só escolheria matar Redfield se fosse inevitável. Enquanto Sullivan estivesse vivo, Carlisle não pretendia tirar a vida de Redfield.

Sullivan tocou o ombro largo de Carlisle com uma mão.

“Sim. Coff, coff. Privei Redfield do direito à sucessão, então poupe-o se puder.”

“Bem… não tenho certeza se todos estão felizes por ele estar vivo.”

Os olhos de Carlisle viraram na direção onde as vítimas estavam antes.

“Ele cometeu pecados graves.”

Só porque Redfield era irmão de Carlisle, não significava que ele seria punido levemente. Sullivan balançou a cabeça como se não quisesse chegar a tais extremos.

“Apenas poupe a vida dele… não desejo mais nada.”

“Se essa for a vontade do pai, então vou usá-la como um guia.”

Carlisle não se comprometeu com uma promessa, mas Sullivan sabia que era o melhor que podia fazer. Ele entendia a natureza militante de seu filho melhor do que ninguém. Ele também tinha mais inveja de Carlisle do que qualquer outra pessoa.

“A coroação – coff – ocorrerá o mais rápido possível.”

“Sim, pai.”

A condição de Sullivan continuou a piorar. Ele sentiu que seu corpo logo cederia, então planejou entregar o trono a Carlisle antes que ele morresse. Se ele não entregasse suavemente a sucessão agora, um conflito sangrento provavelmente irromperia no Império Ruford no vácuo de poder. E assim, ele aproveitou a oportunidade que Carlisle lhe deu, mesmo que Ophelia e Redfield fossem feridos no processo. Quando Sullivan pensava no futuro distante, sabia que seria crucial tomar uma decisão firme aqui.

“Mais tarde – coff, coff – venha me ver.”

“Eu vou.”

Os olhos de Sullivan avistaram Elena se aproximando. Carlisle logo se tornaria imperador, e seu rosto estava iluminado de alegria. Sullivan olhou para ela com um olhar suave, então se voltou para Carlisle.

“Eu te vejo mais tarde.”

Sullivan deu meia-volta e saiu do corredor para que o casal pudesse conversar confortavelmente.

Elena rapidamente se aproximou de Carlisle. Ela olhou para as costas do Imperador e olhou para Carlisle.

“Eu interrompi?”

“Não, terminamos de falar.”

Uma expressão sombria foi fixada no rosto de Carlisle, mas Elena continuou com entusiasmo.

“Você foi incrível. Tive alguns momentos em que fiquei nervosa, mas hoje testemunhei como meu marido é um grande homem.”

A honestidade do elogio de Elena fez com que os lábios de Carlisle se erguessem em um leve sorriso.

“… Fico feliz em receber seus elogios.”

“Sim. Ninguém mais elogia você?”

“Bem, talvez…”

Suas palavras sumiram e ele logo deu um sorriso amargo. Poucas pessoas ousaram fazer um elogio a Carlisle. Aqueles normalmente seriam dados por alguém de status superior ou igual a ele. Seus subordinados eram apenas membros para ele comandar, e as palavras dos nobres não eram de elogio, mas de lisonja. As palavras de Elena eram as únicas em que ele podia confiar.

“… Ninguém mais pode julgar minhas ações como príncipe herdeiro.”

Carlisle simplesmente assumiu a responsabilidade por suas próprias ações. Ninguém mais poderia julgar certo ou errado sobre isso, tal era o poder incondicional do príncipe herdeiro.

Elena sentiu uma solidão nas palavras de Carlisle. Ela não conseguia expressar exatamente, mas entendia seus sentimentos. Ela era a filha mais velha da família Blaise e sempre viveu uma vida de sacrifício e responsabilidade. No entanto, suas memórias não foram preenchidas com muitos elogios. Ela apenas fez o que precisava fazer.

Ela pegou a mão de Carlisle e o levou para um canto vazio onde não havia mais ninguém por perto. O corredor estava começando a se aglomerar com milhares de nobres enquanto eles estavam saindo, todos zumbindo com antecipação sobre a próxima cerimônia de coroação. Ela havia escondido os dois atrás de um pilar e olhou ao redor em seus arredores. Carlisle deu a ela um olhar interrogativo, mas ele não a impediu.

Elena então se virou, ficou na ponta dos pés e deu um tapinha na cabeça dele, como se estivesse elogiando uma criança.

Os olhos azuis de Carlisle se arregalaram maravilhados, e ela deu a ele um sorriso caloroso.

“Bom trabalho. Você trabalhou duro, não é?”

“…”

“Vou te elogiar mais no futuro. Obrigada. Por sua causa, você tornou meu desejo de longa data realidade.”

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Tradução: Sa-chan

Revisão: BI4X

Obrigada pela leitura. ^-^